quinta-feira, 5 de agosto de 2010

SAI

A temperatura nunca subiu assim, entretanto arrepia-me todo e cada centímetro do meu corpo, sinto o ar que prendeste em mim, está preso na minha garganta, junto ás palavras que devia ter-te dito e não consegui. O resto.. eu não tenho sentido.
Os meus olhos revisam todo este cubículo, o que já foi a minha zona de conforto, agora em cada cada uma destas paredes o teu cheiro se entranhou. Atormenta-me. Enfraquece-me. Enquanto submergo no teu esquecimento.
Perco os sentidos. A melodia da tua voz traz-me ao de cima para me poder afogar com indelicadeza. E esgoto todas as minhas vidas esta noite, luto para ficar, sabendo que ponho em risco a minha alma, a única coisa que me resta e que até agora não conseguiste sujar.
Baixa tensão. Não sinto a pressão.
A minha mente vai-se mantendo, absorvendo cores que nunca existiram, aquelas de que nunca te aproveitaste e é seguro usar.
Ouço o zumbido. Suponho que sejas tu de novo a querer entrar. Eu sei, és a única cura em que eu posso acreditar... porém, não esqueci que és também tu a minha doença.
E queres-me oferecer mais uma vida para poderes sentir o gosto de ma tirar.

1 comentário:

  1. Bom que hajam em ti cores seguras de usar, bom que alguém te encontre e faça delas umas ainda mais vivas.

    **

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