quinta-feira, 5 de agosto de 2010


O tempo voa, mas tu não tens voado com ele.

Faz hoje um ano que acordei no dia mais revoltante.
Especialmente porque deixaste aqui oito anos de vida. Desamparados.
E é aqui que percebo que um ano passado não é nada, e me questiono de quantos anos desta morte precisaremos para viver.
A inocência visa-se aqui, o desespero sente-se naquela casa, quando se entra e não se ouve o teu riso irritante, o teu dialecto inconfundível, quer ofensivo, quer cómico. Quer irónico.
Sempre quis saber o que guardaste para me dizer no teu fim, agora o que sempre quero saber é se a razão que me deste foi para obter a paz ou se realmente sentiste a culpa em ti.
Mas isso interessa? Perguntas e respostas ficam no meu mais profundo íntimo...
Prefiro obter a razão pela qual o abandonaste sabendo que eras a vida nele, pois faz hoje um ano que a melhor parte dele tu levaste contigo... E não estou certa que a devolvas.
Dói quando ele sorri. Porque sei, um forçado sorriso dele na manhã, é resultado de uma dolorosa e sofredora noite passada. E ele é tão frágil... E tão mais forte do que eu. Do que todos nós que ficamos e vivemos no vazio.
E eu choro por ele. Choro com ele, e por fim ,sorrio com ele quando o que sinto é vontade de chorar sempre mais. Porque eu não sou tu, nunca serei tu. Não quero ser.
Do tanto que me magoaste, esta foi a parte em que feriste. Levaste a inocência da criança mais importante para mim. Não é justo.
Vê se voltas e lhe dás uma satisfação.

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